Extremamente mal recebido pela crítica e pelo público sueco (mas com boa recepção fora do país) Noites de Circo (1953) é um estudo dos laços e desejos humanos e da condição do artista. O diretor Ingmar Bergman em sua fase realista inicial buscou elementos pessoais, especialmente entre a infância e juventude, para trabalhar as relações marcadas por algum tipo de poder.
A trama é sobre Albert Johansson ( o grande Ake Grönberg, desconhecido para nós mas em uma interpretação extremamente emotiva) e seu circo, já decadente que se prepara para uma nova apresentação.
Albert vive uma relação pesada com sua jovem amante, Anna. A situação piora quando ela se deixa seduzir por um ator fanfarrão. O conflito é inevitável, até chegam às vias de fato numa sessão de humilhação pouco visto antes nos filmes do hermético diretor sueco.
O filme está longe de seus mergulhos como Persona e Gritos e Sussurros, mas já mostra a sensibilidade de um grande cineasta. Curioso como o filme se passa quase todo a noite, o que traz uma sensação de fim durante toda a projeção.